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Escassez de ônibus prejudica mobilidade, coloca vidas em risco e gera críticas durante o carnaval em Florianópolis

Ticen, madrugada de segunda para terça: falta de ônibus dificultou volta para casa de foliões.

por Bernardo Fellipe Seixas

A superlotação dos veículos e os horários limitados resultaram em longas esperas nos Terminais, viagens desconfortáveis e dificuldades para voltar para casa.

Antes do início das festividades de carnaval, a Prefeitura de Florianópolis fez campanhas nas redes sociais e publicações oficiais incentivando o uso do transporte público para aqueles que desejavam aproveitar a folia. A Administração até anunciou a disponibilização de 200 ônibus extras, mas, na prática, a localização e o paradeiro desses veículos permanecem desconhecidos.

Desde sexta-feira (2), quando o Berbigão do Boca deu início às comemorações na cidade, a população enfrentou problemas com a escassez de ônibus, superlotação dos veículos e falta de horários para conexões entre o Centro e as regiões Norte e Sul da Ilha. Aqueles que pegaram o “madrugadão” às 2h saindo do Ticen com destino aos Ingleses, por exemplo, chegaram ao Tican e tiveram que esperar até às 5h da manhã para finalmente iniciar a última etapa do trajeto até o ponto mais próximo de suas residências. A situação se repetiu com quem partiu do Centro com destino à Armação. Segundo o relato da estudante Ana Korbye, residente do Morro das Pedras, a viagem do terminal central até sua casa demorou mais de 4 horas.

 

Ticen-Tican: “Madrugadão” lotado, às 2h.

 

Um sistema de transporte público eficiente incentivaria os cidadãos a deixarem seus carros em casa, contribuindo para o meio ambiente e evitando o estresse do trânsito congestionado. Além disso, essas pessoas poderiam aproveitar a festa sabendo que não precisariam dirigir depois, podendo desfrutar de uma cervejinha com tranquilidade.

No entanto, a precariedade do transporte público não afetou apenas os foliões. Na segunda-feira (12) e terça-feira (13), o transporte coletivo funcionou com horários de sábado e domingo, respectivamente. Desde as primeiras horas da manhã, dezenas de postagens nas redes sociais criticaram essa medida, que dificultou a vida daqueles que precisaram trabalhar nesses dias. No Instagram, antes das 8h da manhã, uma trabalhadora relatou a falta de ônibus dos Ingleses para Santo Antônio de Lisboa, dizendo: “O terminal (Tican) está um caos, não há ônibus. Eu deveria ter chegado no trabalho, mas estou na fila sob o sol, com cerca de 120 pessoas na minha frente, dando voltas”, protestou.

A mobilidade continua sendo um sério problema em Florianópolis, e a atual administração demonstra incapacidade em oferecer soluções. A ineficiência do transporte público é um triste reflexo de um governo que parece atuar apenas em benefício próprio. Em uma publicação do NossaFloripa nas redes sociais, sobre os horários reduzidos na segunda e terça, uma mãe de família afirmou que “a turma do prefeito não trabalha e nem anda de ônibus”. Quem discordaria dela?

Confira abaixo algumas críticas publicadas em postagem da Prefeitura no Instagram:

 

  • Este texto representa a opinião do autor, Bernardo Fellipe Seixas.

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